Etimologia
O vocábulo "inhame" origina-se das línguas do oeste da África. A palavra yam, do inglês, vem do uolofe nyam, que significa "a amostra" ou "sabor"; em outras línguas africanas, a palavra utilizada para inhame também pode significar "comer", como, por exemplo, yamyam e nyama, em hauçá.
Já a palavra "cará" vem de termo tupi ka'rá.[7] "Caratinga" vem do termo tupi aka'ratin'ga, que significa "cará branco".[8]
Espécies e denominações regionais
O significado específico desses nomes varia de região para região. A confusão é devida ao fato de que essas plantas produzem "batatas" comestíveis que são cozidas de modo semelhante.
Algumas espécies do gênero Dioscorea (família Dioscoreaceae) e seus tubérculos são geralmente chamadas de "inhame" no nordeste e sul do Brasil, incluindo estado de Paraná; mas são chamadas de "cará" no sudeste, especialmente nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, sobretudo nas capitais e em textos técnicos[4]. Nos estados da Paraíba e Pernambuco usa-se "inhame" para as espécies de Dioscorea que produzem túberos grandes, como o inhame-da-costa (
Dioscorea cayennensis) e o inhame-são-tomé (
Dioscorea alata L.), e "cará" para as espécies que produzem túberos pequenas (como
cará nambú)[4]. Algumas espécies dos gêneros Alocasia e Xanthosoma (família Araceae) têm nomenclatura oposta: "inhame" no sudeste, e "cará" no nordeste.
Dioscorea trifida:
inhame ou cará
Dioscorea trifida:
inhame ou cará
Dioscorea bulbifera: inhame-do-ar, cará-do-ar, cará-moela, cará-voador, cará-de-árvore, cará-taramela, cará-de-rama ou cará-aéreo
Taro
[[File:Taro_corms_2.jpg| Colocasia esculenta|thumb|Colocasia esculenta: taro, coco, inhame-coco, cará-coco.
Na Madeira, chama-se de "inhame" mas também é conhecido por taro (Colocasia esculenta). É extensamente cultivado nestas ilhas (Madeira e Porto Santo) e foi durante séculos juntamente com a batata e o trigo, a base da alimentação do povo Madeirense.
Batata-doce
[[File:5aday_sweet_potato.jpg |thumb| left|Ipomoea batatas: batata-doce, inhame-doce ou cará-doce]]
A batata-doce, tubérculo comestível produzido pelas plantas do gênero Ipomoea, também é chamada, em alguns lugares do Brasil, de inhame, inhame-doce ou cará-doce embora esses nomes sejam mais corretamente usados para a espécie
Dioscorea trifida.
Referências
- ↑ FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.947
- ↑ Gilberto Pedralli, 2002, Uso de nomes populares para as espécies de Araceae e Dioscoreaceae Arquivado em 2 de março de 2016, no Wayback Machine., in Carmo, C.A.S, Inhame e taro. Sistemas de produção familiar, Vitória: Incaper, p. 15-26.
- ↑ Ayensu, Coursey, 1972.
- ↑ a b c Elson Soares dos Santos, Marney Pascoli Cereda, Gilberto Pedralli e Mário Puiatti (2007), Esclarecimentos sobre as Denominações dos Gêneros Dioscorea e Colocasia Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.1, n.1, p.37-41
- ↑ FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. pp. 346,349.
- ↑ Janice Kiss (), Cará ou Inhame? Sítio web do Globo Rural, acessado em 2016-02-21.
- ↑ FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p. 346
- ↑ FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p. 349.