Biografia
Ferdinand de Saussure (pronúncia francesa: [fɛʁdi'nã də so'syʁ]) nasceu em Genebra, em 26 de novembro de 1857. Filho de um eminente naturalista, foi introduzido pelo filólogo e amigo da família Adolphe Pictet aos estudos linguísticos.[4] Saussure estudou Física e Química, mas continuou sendo introduzido aos cursos de gramática grega e latina.[5] Em 1874, começou a estudar sozinho o sânscrito, usando a gramática de Franz Bopp.[4] Por fim, convenceu-se de que sua carreira estava nos estudos da linguagem e ingressou em 1876[6] na Sociedade Linguística de Paris, fundada em 1866. Estudou línguas europeias na Universidade de Lípsia, em que ingressou em outubro de 1876. Após pouco menos de dois anos, transferiu-se por curto período à Universidade de Berlim.[7] Aos vinte e um anos publicou uma dissertação sobre o sistema primitivo das vogais nas línguas indo-europeias (em francês: Mémoire sur le système primitif des voyelles dans les langues indo-européennes, de 1879),[7] a qual foi muito bem aceita. Defendeu sua tese sobre o uso do caso genitivo em sânscrito, em Berlim, e retornou a Paris, onde passou a ensinar sânscrito, gótico, alto-alemão e depois Filologia Indo-Europeia. Retornou a Genebra, onde lecionou sânscrito e linguística histórica em geral.
Entre 1907 e 1910, Saussure ministrou três cursos sobre linguística na Universidade de Genebra. Em 1916, três anos após sua morte, dois de seus alunos, Charles Bally e Albert Sechehaye, com a colaboração de A. Ridlinger, compilaram as anotações de alunos que compareceram a estes cursos e editaram o Curso de linguística Geral, livro seminal da ciência linguística.[8]
Paralelamente ao trabalho teórico reunido no Curso, Saussure também realizou, entre 1906 e 1909, outro estudo que é comumente chamado de Os Anagramas de Saussure.[9] Nesse trabalho, o mestre genebrino perscrutou um corpus de poemas clássicos para tentar provar a existência de um mecanismo de composição poética baseado na análise fônica das palavras, mecanismo este formado pelo anagrama e pelo hipograma. O hipograma (palavra-tema) é um deus ou um herói diluído foneticamente no poema. O anagrama, por sua vez, é o processo que propicia a diluição do hipograma nos versos.[5]